sábado, 10 de maio de 2014

Joaquim Barbosa nega trabalho externo a José Dirceu



O ex-ministro José Dirceu
Foto: Michel Filho / Arquivo O Globo
O ex-ministro José Dirceu Michel Filho / Arquivo O Globo
BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, negou o pedido feito pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para trabalhar fora da prisão. Ele citou o artigo 37 da Lei de Execuções Penais, que exige o cumprimento de ao menos um sexto da pena para a concessão do benefício a detentos no regime semiaberto. Dirceu cumpre pena de sete anos e onze meses de prisão na Penitenciária da Papuda, em Brasília, desde 15 de novembro do ano passado. O direito, portanto, só poderia ser concedido depois que ele passar pelo menos um ano, três meses e 25 dias na cadeia.
Uma causa julgada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 1999 definiu que a regra só serve para presos em regime fechado, e não no regime semiaberto. Varas de Execuções Penais de todo o país têm seguido essa jurisprudência. No entanto, Barbosa ponderou que o STF não se submete a essa norma – e que o próprio STJ já decidiu processos de forma diferente. O ministro criticou duramente juízes que deixam de aplicar a regra para presos no semiaberto.
“Ao eliminar a exigência legal de cumprimento de uma pequena fração da pena total aplicada ao condenado a regime semiaberto, as VEPs e o Superior Tribunal de Justiça tornaram o trabalho externo a regra do regime semiaberto, equiparando-o, no ponto, ao regime aberto, sem que o Código Penal ou a Lei de Execução Penal assim o tenham estabelecido. Noutras palavras, ignora-se às claras o comando legal, sem qualquer justificativa minimamente aceitável”, escreveu o presidente do STF.
Presidente do STF classifica proposta de emprego de arranjo entre amigos
Barbosa pondera que, além de não cumprir o requisito temporal, Dirceu não tem uma oferta de emprego de empresa conveniada com o poder público, o que dificultaria a fiscalização disciplinar do preso enquanto trabalha. A proposta de trabalho apresentada pelo petista foi feita pelo advogado José Gerardo Grossi, um dos mais renomados criminalistas de Brasília. O ministro classificou a oferta de trabalho como uma mera “action de complaisance entre copains” (em francês, um arranjo entre amigos).
Para Barbosa, o emprego ofertado seria “absolutamente incompatível com a execução da sentença penal”. Isso porque, segundo o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os escritórios de advocacia gozam da prerrogativa de inviolabilidade no país, “o que não se harmoniza com o exercício, pelo Estado, de fiscalização do cumprimento da pena”. O ministro acrescenta que o trabalho é de “natureza inapropriada”, já que o dono do escritório não fica no local o dia inteiro. Por isso, a fiscalização de Dirceu ficaria prejudicada.
O ministro fez dura crítica à proposta de trabalho, dando a entender que o escritório de Grossi estaria prestando um favor à defesa de Dirceu. “O direito de punir indivíduos definitivamente condenados pela prática de crimes, que é uma prerrogativa típica do Estado, compatibiliza-se com esse inaceitável ‘trade-off’ (em inglês, troca de favores) entre proprietários de escritórios de advocacia criminal? Harmoniza-se tudo isso com o interesse público, com o direito da sociedade de ver os condenados cumprirem regularmente as penas que lhes foram impostas?”, indaga o presidente do STF.
E arremata: “O exercício da advocacia é atividade nobre, revestida de inúmeras prerrogativas. Não se presta a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça”.
Por fim, Barbosa afirmou que não há necessidade de autorizar a saída de Dirceu para trabalhar, porque o preso já faz isso dentro da Papuda. O petista trabalha na biblioteca do presídio e também ajuda na limpeza. “Não há, assim, motivo para autorizar a saída do preso para executar serviços da mesma natureza do que já vem executando atualmente, considerada a finalidade do trabalho do condenado”, diz o ministro, citando artigo da Lei de Execuções Penais que ressalta o dever social e de dignidade do trabalho do preso.
A proposta de trabalho feita por Grossi daria ao petista a chance de organizar a biblioteca do escritório dele e realizar pesquisas jurisprudenciais, além de realizar serviços administrativos. O salário oferecido é de R$ 2.100 e o expediente seria das 8h às 18h, com intervalo para almoço entre 12h e 14h.
Ontem, o presidente do STF revogou as autorizações de trabalhar e estudar fora da prisão concedidas ao ex-deputado Romeu Queiroz e o direito de trabalho externo do advogado Rogério Tolentino. O argumento foi o mesmo dado na negativa do pedido de José Dirceu.
Advogado de Dirceu considera decisão de Barbosa equivocada
O advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima, disse ter visto "com perplexidade" a decisão do presidente do Supremo.
- Joaquim Barbosa é humano e erra também. Houve (na decisão do ministro) uma interpretação equivocada da lei, da jurisprudência e dos fatos.
- (Vejo) com perplexidade porque a decisão deixa de lado a jurisprudência consolidada no nosso país, consolidada em todos os tribunais brasileiros, consolidada no Superior Tribunal de Justiça. Mesmo que o sentenciado não tenha cumprido um sexto da pena, no regime semiaberto ele poderia trabalhar fora do presídio - disse o advogado, que acrescentou que ainda espera que Barbosa leve o recurso que ele apresentará ao plenário do STF para ser analisado.
Questionado se haveria uma perseguição do ministro em relação a Dirceu, Lima comentou.
- Seria leviano se eu fizesse essa afirmação.
Sobre o fato de que a filha de Dirceu, Joana Saragoça, teria visitado o ex-ministro sem aguardar na fila de familiares, o advogado não quis tecer comentários.
- Só trato de questões jurídicas. Defendo o ex-ministro desde 2005 e não me manifesto sobre questões políticas e familiares.

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Até breve’ para o gigante 10.05.2014 Hoje, contra o Paraná, Ceará faz o último jogo no Castelão antes da Copa do Mundo, de olho em reação na Série B

ULTIMO JOGO ANTE DA COPA NO CASTELAO
A torcida do Ceará só poderá voltar ao Castelão no dia 15 de julho ante o Joinville
Foto: KID JUNIOR
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Em 2013 , pelo Vovô, Magno Alves foi vice-artilheiro do Brasil com 34 gols, e mantém o bom nível na atual temporada. Ele já marcou 16 tentos pelo Alvinegro em 2014
foto: BRUNO GOMES
O Ceará dará um “até logo” ao estádio que considera sua casa. Hoje, contra o Paraná, às 21 horas, pela 4ª rodada da Série B do Brasileiro, o Alvinegro faz o último jogo no Castelão antes da Copa do Mundo no Brasil.

Ou seja, o Vovô só voltará a jogar no Gigante da Boavista no dia 15 de julho, contra o Joinville, quando a competição nacional recomeça. As duas partidas que ainda terá como mandante até o Mundial serão no estádio Domingão, em Horizonte, nos dias 23, contra a Ponte Preta, e 27, ante o Vila Nova/GO.

E chamar o Castelão de “casa” não é força de expressão. A denominação tem uma razão de ser.

Em 2014, o Vovô está invicto no estádio, após 17 partidas. O time venceu 10 e empatou 7, sagrando-se vencedor da Taça dos Campeões Cearenses na abertura da temporada, e tetracampeão estadual recentemente. Por lá, o Alvinegro marcou 37 gols e sofreu 10.

Além dos números favoráveis, a característica da equipe, com jogadores técnicos, se encaixa facilmente no verdadeiro “tapete” que há no Castelão.

“O gramado já diz tudo. Jogar no Castelão já é melhor para nós, facilita, por ser a nossa casa, por estarmos acostumados com o tipo e a qualidade do gramado. Tudo isso contribui muito para nosso jogo, de toque de bola, ofensivo, mesmo com os adversários jogando fechados aqui. Perdemos bastante em não jogar aqui depois deste jogo. Esperamos nos despedir com vitória”, analisou João Marcos.

O técnico Sérgio Soares também analisou a última partida do Vovô na arena até a Copa. “O Castelão te dá toda a condição, de um time técnico como é o nosso, de fazer a bola rolar com facilidade. Temos isso a nosso favor. Sabemos da dificuldade que teremos quando não formos jogar aqui, mas temos de aproveitar este momento e vencer hoje”, comentou.

Reação

Se João Marcos e Soares ressaltaram a importância de vencer, isso não se dá só pelo “até logo” ao Castelão. O Ceará precisa vencer pela necessidade urgente de reagir na competição. Afinal, o time empatou em 2 a 2 em casa na última partida, contra o Náutico, com um a atuação irregular. Com quatro pontos, e na zona intermediária, o time almeja a vitória para encostar no G4.

“Ainda temos o objetivo de estar no G4, ou próximo dele, após as dez rodadas antes da parada para a Copa”, advertiu Sérgio Soares.
E para vencer o Paraná, o técnico mudará a equipe. No intuito de “ganhar” o meio campo, Soares promoverá a entrada do meia Eduardo, saindo o atacante Robinho. “Queremos mais força no meio campo e ganhar a segunda bola, que foi uma dificuldade que tivemos contra o Náutico”, explicou o técnico.
Magno Alves é o 2º maior artilheiro jogando no País

O experiente atacante do Ceará, Magno Alves, é o segundo maior artilheiro em atividade jogando no Brasil. Magnata, que já marcou 397 gols na carreira, está atrás apenas do meia Alex, do Coritiba, que balançou as redes em 412 oportunidades. Os números foram divulgados em levantamento da Revista Placar.

No Ceará, Magno atuou em 115 partidas, tendo marcado 60 gols. O atacante de 38 anos tem uma média de 0,52 gol por partida atuando pelo Alvinegro de Porangabuçu.

Em 2010, ano de sua primeira passagem pelo Vovô, o atacante marcou 9 gols pela Série A do Campeonato Brasileiro. Em 2012, na segunda vez que vestiu a camisa do Ceará, o atacante marcou apenas 1 gol em 16 partidas. O atleta, porém, se redimiu em 2013, temporada em que marcou 34 gols, ficando na vice-artilharia do Brasil.

Em 2014, Magno manteve a boa fase e já chegou aos 16 tentos pela Alvinegro.

Outros artilheiros

Luís Fabiano, Ronaldinho Gaúcho e Dimba seguem atrás de Magnata na tabela de artilharia. O atacante são-paulino marcou 339 gols na carreira, enquanto o astro Ronaldinho anotou 284 tentos ao longo de sua trajetória.

Fechando a lista, Dimba aparece o experiente Dimba, com seus 40 anos. O atacante, que já defendeu clubes como Flamengo e Botafogo, atualmente joga no Sobradinho/DF e já marcou 274 gols na extensa carreira.

Se o atacante Magno Alves está em alta no Ceará, seu companheiro de Vovô, Tadeu, vive a situação inversa.

Em baixa

Pelo segundo jogo seguido o atacante Tadeu não foi relacionado pelo técnico Sérgio Soares, após atuação ruim contra o Náutico, no último sábado. Como havia ocorrido na partida do meio de semana pela Copa do Brasil, contra o Parnahyba, o técnico deixou Tadeu de fora para o jogo de hoje.
Paranaenses desfalcados para o duelo com o Vovô

O técnico do Paraná, Claudinei Oliveira, terá dois desfalques para a partida contra o Ceará. Anderson Rosa e André Vinícius, ambos defensores.
Com isso, sua zaga deverá ser formada de maneira inédita hoje, no Castelão. A dupla de defensores titulares do time paranista deve ser Alisson e Brinner.
Mas os desfalques não param por aí. O lateral esquerdo Breno e o meia Juliano Mineiro seguem lesionados e sem condições de jogo. Assim, Carlinhos Miranda e Rodrigo Mann continuam nas laterais.